sábado, dezembro 14, 2013

Tiago Iorc apresenta nesta sexta no teatro do CIC, em Florianópolis, último show da turnê “Zeski”


Considerado o mais internacional da nova geração de músicos brasileiros, Tiago Iorc desembarca mais uma vez em Florianópolis hoje para encerrar a turnê do disco “Zeski”, lançado em julho deste ano. Depois de dois álbuns com músicas em inglês que ultrapassaram todos os limites territoriais possíveis e foram sucesso inclusive no Japão, o músico agora se diz satisfeito por ter superado uma nova etapa que antes parecia distante em sua carreira: compor no idioma de seu país. “Isso sempre foi muito latente em minha vida. Comecei a me envolver mais com a língua e a me aproximar de pessoas que escreviam músicas em português e acabou acontecendo”, explica.
A barreira do dialeto tem uma explicação coerente: Tiago nasceu no Brasil, mas ainda bebê foi morar na Inglaterra, onde viveu até os cinco anos. “Eu aprendi a falar lá e quando cheguei aqui não sabia quase nada de português. Até hoje os caminhos das duas línguas se confundem e quando quero me expressar acabo falando a palavra que vier primeiro na cabeça, seja em inglês ou português”, conta.
Mesmo vivendo uma maior familiaridade com a língua portuguesa, apenas quatro das 11 faixas de “Zeski” são no idioma, duas regravações e duas composições. Além da versão para “Tempo Perdido”, do Legião Urbana, Tiago também gravou, em parceria com Maria Gadú, “Música Inédita”, do Cidadão Quem, sua banda favorita durante a fase da adolescência em que passou no interior do Rio Grande do Sul. “Morei lá por um tempo e parte da minha família ainda mora. Acabei sendo muito influenciado pela cultura e pelas bandas gaúchas. O Duca Leindecker (vocalista do Cidadão Quem) sempre foi uma referência para mim”.  
Nos próximos trabalhos ele não descarta a possibilidade de haver novas canções em português, tudo vai depender do que combinar mais com a melodia, que segundo ele, costuma vir antes da letra.

O show é bom quando a turnê acaba
Para representar a nova fase musical, Tiago batizou o último disco de “Zeski” (a segunda parte de seu sobrenome, Iorczeski) e foi em busca de uma definição que, segundo ele, explica bem o momento: um reencontro com ele mesmo. Ou em uma definição mais robusta “Um retorno ao que sempre foi, mas que ainda não havia se manifestado. Um autorretrato revisitado e atualizado”.
Na apresentação de encerramento da turnê do álbum, que durou quase cinco meses e passou por dezenas de cidades brasileiras, Tiago já adianta aos fãs de Florianópolis que eles terão a chance de presenciar o melhor momento dele e da equipe no palco. “O show fica bom quando a turnê está acabando. Tudo está mais absorvido e ocorre de maneira mais natural”, afirma.
Junto com a visível sintonia, o público poderá conferir canções de toda a carreira do músico, com atenção especial, é claro, para o trabalho mais recente. “A espinha dorsal do show é o disco novo, que foi muito bem recebido pelo público, é hora de celebrar esse bom momento que ele representa. Mas ele passeia também pelos discos anteriores e por outras músicas que gosto de tocar”.

Publicada no jornal Notícias do Dia.