quarta-feira, julho 22, 2009

Matéria: Last Fm

O que você está ouvindo agora?

Ele é mais do que uma simples rede virtual. De acordo com o grupo que o gerencia, “é um serviço que aprende as músicas de que você gosta”. Assim é o Last Fm: você entra no site, faz seu cadastro, instala o software para o programa em que você ouve músicas e continua ouvindo-as como costumava. Depois de criar um perfil no site com seus dados, o Last Fm registrará as músicas que você ouve em tempo real, criando listas que são exibidas na página principal do usuário. Essas listas são divididas em “Os artistas mais ouvidos”, “As músicas mais ouvidas” e “As últimas faixas executadas”.

Mas essa não é a melhor parte. O Last Fm ainda permite que você participe de grupos, que funcionam mais ou menos como as comunidades do Orkut. Você também pode procurar pessoas com gosto musical parecido com o seu e adicioná-las aos seus amigos. O Last Fm também dá dicas de pessoas que ouvem as mesmas bandas que você e mede sua compatibilidade musical com todos os usuários através de uma barrinha que vai de “muito baixa” a “super”.
Os usuários podem colaborar com as páginas dos artistas enviando fotos e escrevendo biografias dos músicos. Nas páginas dos artistas também é possível que o internauta classifique o gênero e faça uma relação de bandas que tem um estilo parecido. Dessa forma, os demais usuários podem conhecer bandas semelhantes às que costuma ouvir. Se preencher corretamente no cadastro a cidade em que mora, o usuário é avisado dos próximos shows perto dele, poderá marcar no perfil se estará presente e encontrar pessoas que também irão.

Com tantos mecanismos e aproximadamente sete anos de existência, por que então o Last Fm nunca foi tão popular no Brasil quanto Orkut ou Twitter? Para o estudante de jornalismo Vinícius de Oliveira, 23 anos, ao contrário dos demais sites de relacionamento, para alguém se cadastrar no Last Fm é imprescindível que seja fanático por música. O Last Fm é o tema do trabalho de conclusão de curso desse aficcionado que passa em média 10 horas por dia em frente ao computador.

Segundo o estudante, os usuários do Last Fm são constituídos em sua maioria por pessoas com um estilo mais alternativo, que gostam de rock, pop e música eletrônica. “São pessoas mais atreladas à música, que tem mais tendência a fuçar e conhecer coisas novas.”, afirma. De acordo com as pesquisas realizadas por ele, a maior parte dos usuários brasileiros do Last Fm pertence à região sul e sudeste do país. “Coincidência ou não, são quem tem um maior poder aquisitivo.”

Definindo seu gosto musical

A estudante Laura Maia Martins, 15 anos, é usuária do Last Fm desde maio de 2008, como entrega seu perfil de usuário. Ela conheceu o site através de um amigo e deixa sua página do Last Fm aberta durante todo o tempo em que estiver conectada a internet. “Costumo deixar a página aberta e ficar atualizando para checar se há mensagens novas. De vez em quando dedico mais tempo ao site, procurando novas bandas.” diz.

Assim como Vinicius, que assume ter descoberto seu gosto musical através do Last Fm, Laura, e grande parte dos usuários, admitem ter formado sua preferência musical fuçando nas páginas dos artistas no Last Fm. “A maioria das bandas de que mais gosto, conheci através do Last Fm.”, afirma a jovem. Para Vinicius, além de formar o gosto musical dos usuários, a principal função do Last Fm é juntar pessoas com interesses em comum. “A base da internet é a interação e o compartilhamento”, diz.

Por trás do Last Fm

A idéia começou com uma simples brincadeira de um universitário inglês. O estudante rastreava músicas que ele e seus amigos ouviam no computador através de um sistema chamado Audioscrobbler. Anos mais tarde, o Last Fm surgiu reunindo este sistema de rastreamento juntamente com a idéia de uma gravadora online que divulgava bandas independentes ainda no século XX. O objetivo era democratizar a música. Cada um deveria ouvir o que quisesse, e não o que as rádios impõem.

Atualmente a equipe do Last Fm é formada por 62 membros que se reúnem diariamente em um escritório na região leste de Londres para ajudar a mudar a maneira como as músicas são descobertas e divulgadas. Além da equipe que trabalha diretamente no escritório do Last Fm, existem também os moderadores, que são de todas as partes do mundo e colaboram para manter o bom funcionamento da rede.

Matéria publicada no jornal universitário Cobaia

Por Juliete Lunkes

terça-feira, julho 14, 2009

Matéria: Os jovens e a leitura

Pesquisa Revela: Falta estímulo para leitura entre jovens brasileiros

Eles vão para a escola, navegam na internet, namoram e saem com os amigos. Alguns fazem cursos de idiomas, atividades físicas e provam que são de fato pessoas muito antenadas e, principalmente, muito ocupadas. No entanto, o problema dos jovens do século XXI é a falta de interesse pela leitura. Os estudantes quase não lêem livros, e a maior parte da leitura realizada por eles é resultado da obrigação da escola ou da faculdade.

O Ministério da Cultura divulgou recentemente uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro sobre a relação dos jovens com os livros no Brasil. A pesquisa mostra que a média anual de leitura nessa faixa etária gira em torno de 4,7 livros, incluindo a Bíblia e livros didáticos. Livros lidos por vontade própria somam apenas 1,3. Trinta e nove por cento dos leitores tem menos de 17 anos, ou seja, ainda estão em idade escolar. Já 14% deles estão em idade universitária, entre 18 e 24 anos.

Em um artigo escrito para o site da instituição Brasil Escola, a pedagoga Elen Campos revela que a leitura foi cada vez mais deixada de lado com a chegada da internet, e explica que um leitor deve ser estimulado desde cedo. “Desde pequena a criança deve ser estimulada a reconhecer a leitura como um momento de prazer. Os pais podem fazer isso de uma maneira natural, presenteando seus filhos com livros infantis ou gibis. A leitura é um dos principais artifícios que insere o indivíduo ao mundo do conhecimento”.

O estudante de 20 anos Douglas Both não faz parte da estatística dos universitários que costumam ler livros. Cursando o terceiro período da faculdade de design, confessa não freqüentar bibliotecas. “Eu devo ler uns dois livros por ano, no máximo. Prefiro ler jornais que pelo menos me mantém informado”, conta. Apesar de achar que livros de literatura não tem muito o que acrescentar, o estudante confessa se interessar por alguns assuntos e buscar informações sobre eles. “Tenho interesse por filosofia e religião, às vezes leio livros sobre esses assuntos”.

Já com o estudante de Publicidade e Propaganda André de Oliveira, também de 20 anos, a história é outra. Com um estimulo que veio de berço, o estudante tem uma verdadeira paixão por livros. “Não vou muito a bibliotecas, pois gosto de ter o livro, então costumo ir a livrarias pelo menos duas vezes por mês para comprar novos.”, diz. A preferência do rapaz, que torce o nariz para os títulos que os professores mandam ler, é por livros de suspense e terror de autores como Stephen King e Joe Hill. “Também gosto de histórias que podem acontecer com qualquer pessoa, como as do Nick Hornby.”, conta.

O estudante André de Oliveira está entre as exceções registradas nas estatísticas do Instituto Pró-Livro, bem acima da média apontada pela pesquisa, segundo a qual mesmo os brasileiros lendo em média 4,7 livros por ano, apenas 1,1 deles é adquirido. Entre os 36 milhões de compradores de livros do país, a média anual se compra é de 5,9 exemplares.

Matéria para a disciplina de Técnicas de Reportagem

Por Juliete Lunkes