quinta-feira, novembro 19, 2009

Matéria: Helvéticos

Helvéticos estreiam nos palcos de Balneário Camboriú

Nem a chuva do início da noite de domingo, 15, estragou a estreia da banda Helvéticos, de Bombinhas, nos palcos de Balneário Camboriú. O show foi no Open Bar, reduto underground dos roqueiros da região, e contou com outras quatro bandas. Essa foi a segunda apresentação do quarteto formado há poucos meses. O primeiro show aconteceu no início de novembro em Rio do Sul, no Porão do Duque.
Recentemente, os Helvéticos lançaram três singles virtuais que já estão disponíveis no Myspace da banda. As músicas foram gravadas no estúdio Frequência Digital, em Itapema, mas eles já avisam que vem mais por aí. “Temos muitos planos para o início do ano, e um deles é começar a gravar o nosso primeiro CD”, revela o vocalista e guitarrista Cainã Moreira.
Com composições marcadas por fortes influências de bandas como Cachorro Grande, Beatles e The Strokes, eles admitem ter estilos bem diferentes. O baixista Gustavo Senhok, o guiarrista Jesiel Buffon e o baterista Clovis Junior, tocam também em uma banda de hardcore, chamada Afasia C. “Eu gosto de tudo, mas quem influencia mais a Afasia são bandas como Dead Fish, que eu ouço bastante”, conta Gustavo.
Para o próximo ano, além dos planos de gravar o primeiro CD, os Helvéticos prometem mais novidades. Segundo Cainã, estão rolando negociações para um show em Guaramirim, no mês de março, juntamente com a banda gaúcha Tenente Cascavel, que é uma fusão entre as bandas TNT e Cascavelletes. “Estamos planejando também um show de volta às aulas na Univali, junto com a banda Torneiras”, finalizou.

Publicado no blog temático de webjornalismo Musisc

Por Juliete Lunkes

terça-feira, novembro 10, 2009

Matéria: Torneiras

Torneiras grava EP na capital

Já passava das 10 e meia quando o Uno preto do baixista Camilo Garcia estacionou em uma ruela da praia da Armação, em Florianópolis. O início da gravação do primeiro EP da banda Torneiras, de tajaí, estava marcado para as 10h do feriado de finados, mas alguns erros de trajeto atrasaram um pouco a chegada dos músicos ao estúdio Ouié Discos. O trio fez uma curta viagem de Itajaí até a capital catarinense só para a gravação das cinco músicas que integrarão o primeiro EP da banda.
O estúdio caseiro tem vista para o mar azul de Florianópolis, e nem o vento trazido por ele era capaz de sanar o calor do feriado. Por volta das 11 horas as gravações iniciaram. O guitarrista e vocalista André Fuck começou gravando as linhas de guitarra das duas primeiras músicas,“Não viajarei pra Argentina” e “Volta pra cama”. Em seguida foram gravadas as linhas de baixo e então o baterista Cyro Nunes começou seu trabalho.
"Cara, tá ficando muito bom”, repetiam os três músicos empolgados junto com o produtor Paulo Costa Franco. Torneiras foi a primeira banda de rock produzida por Franco, que abriu o estúdio há pouco tempo. “Eu achei o estúdio pesquisando na internet o melhor valor. Depois, comecei a conversar com o Paulo e ele me mandou umas músicas que ele já tinha gravado. Eu achei que ficaram boas e fechamos o negócio”, revelou André.
As cinco músicas foram gravadas com todos os instrumentos separados, e em vários takes, totalizando 10 horas de gravação e muito cansaço no fim do dia. “Mas é assim mesmo. Cinco músicas em 10 horas até é pouco. Foi correria”, avisa o produtor quando os instrumentos começaram a ser guardados.
A ideia dos músicos é lançar o ainda em novembro. “Agora falta masterizar as músicas. Esse processo vai ser feito em Itajaí mesmo”, explica o baixista Camilo. Essa última etapa ficará por conta do DJ e produtor musical Bruno Garcia, que ajudou a produzir as três músicas que a Torneiras gravou no início deste ano.

Publicado no blog temático de webjornalismo Musisc

Por Juliete Lunkes

quarta-feira, julho 22, 2009

Matéria: Last Fm

O que você está ouvindo agora?

Ele é mais do que uma simples rede virtual. De acordo com o grupo que o gerencia, “é um serviço que aprende as músicas de que você gosta”. Assim é o Last Fm: você entra no site, faz seu cadastro, instala o software para o programa em que você ouve músicas e continua ouvindo-as como costumava. Depois de criar um perfil no site com seus dados, o Last Fm registrará as músicas que você ouve em tempo real, criando listas que são exibidas na página principal do usuário. Essas listas são divididas em “Os artistas mais ouvidos”, “As músicas mais ouvidas” e “As últimas faixas executadas”.

Mas essa não é a melhor parte. O Last Fm ainda permite que você participe de grupos, que funcionam mais ou menos como as comunidades do Orkut. Você também pode procurar pessoas com gosto musical parecido com o seu e adicioná-las aos seus amigos. O Last Fm também dá dicas de pessoas que ouvem as mesmas bandas que você e mede sua compatibilidade musical com todos os usuários através de uma barrinha que vai de “muito baixa” a “super”.
Os usuários podem colaborar com as páginas dos artistas enviando fotos e escrevendo biografias dos músicos. Nas páginas dos artistas também é possível que o internauta classifique o gênero e faça uma relação de bandas que tem um estilo parecido. Dessa forma, os demais usuários podem conhecer bandas semelhantes às que costuma ouvir. Se preencher corretamente no cadastro a cidade em que mora, o usuário é avisado dos próximos shows perto dele, poderá marcar no perfil se estará presente e encontrar pessoas que também irão.

Com tantos mecanismos e aproximadamente sete anos de existência, por que então o Last Fm nunca foi tão popular no Brasil quanto Orkut ou Twitter? Para o estudante de jornalismo Vinícius de Oliveira, 23 anos, ao contrário dos demais sites de relacionamento, para alguém se cadastrar no Last Fm é imprescindível que seja fanático por música. O Last Fm é o tema do trabalho de conclusão de curso desse aficcionado que passa em média 10 horas por dia em frente ao computador.

Segundo o estudante, os usuários do Last Fm são constituídos em sua maioria por pessoas com um estilo mais alternativo, que gostam de rock, pop e música eletrônica. “São pessoas mais atreladas à música, que tem mais tendência a fuçar e conhecer coisas novas.”, afirma. De acordo com as pesquisas realizadas por ele, a maior parte dos usuários brasileiros do Last Fm pertence à região sul e sudeste do país. “Coincidência ou não, são quem tem um maior poder aquisitivo.”

Definindo seu gosto musical

A estudante Laura Maia Martins, 15 anos, é usuária do Last Fm desde maio de 2008, como entrega seu perfil de usuário. Ela conheceu o site através de um amigo e deixa sua página do Last Fm aberta durante todo o tempo em que estiver conectada a internet. “Costumo deixar a página aberta e ficar atualizando para checar se há mensagens novas. De vez em quando dedico mais tempo ao site, procurando novas bandas.” diz.

Assim como Vinicius, que assume ter descoberto seu gosto musical através do Last Fm, Laura, e grande parte dos usuários, admitem ter formado sua preferência musical fuçando nas páginas dos artistas no Last Fm. “A maioria das bandas de que mais gosto, conheci através do Last Fm.”, afirma a jovem. Para Vinicius, além de formar o gosto musical dos usuários, a principal função do Last Fm é juntar pessoas com interesses em comum. “A base da internet é a interação e o compartilhamento”, diz.

Por trás do Last Fm

A idéia começou com uma simples brincadeira de um universitário inglês. O estudante rastreava músicas que ele e seus amigos ouviam no computador através de um sistema chamado Audioscrobbler. Anos mais tarde, o Last Fm surgiu reunindo este sistema de rastreamento juntamente com a idéia de uma gravadora online que divulgava bandas independentes ainda no século XX. O objetivo era democratizar a música. Cada um deveria ouvir o que quisesse, e não o que as rádios impõem.

Atualmente a equipe do Last Fm é formada por 62 membros que se reúnem diariamente em um escritório na região leste de Londres para ajudar a mudar a maneira como as músicas são descobertas e divulgadas. Além da equipe que trabalha diretamente no escritório do Last Fm, existem também os moderadores, que são de todas as partes do mundo e colaboram para manter o bom funcionamento da rede.

Matéria publicada no jornal universitário Cobaia

Por Juliete Lunkes

terça-feira, julho 14, 2009

Matéria: Os jovens e a leitura

Pesquisa Revela: Falta estímulo para leitura entre jovens brasileiros

Eles vão para a escola, navegam na internet, namoram e saem com os amigos. Alguns fazem cursos de idiomas, atividades físicas e provam que são de fato pessoas muito antenadas e, principalmente, muito ocupadas. No entanto, o problema dos jovens do século XXI é a falta de interesse pela leitura. Os estudantes quase não lêem livros, e a maior parte da leitura realizada por eles é resultado da obrigação da escola ou da faculdade.

O Ministério da Cultura divulgou recentemente uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro sobre a relação dos jovens com os livros no Brasil. A pesquisa mostra que a média anual de leitura nessa faixa etária gira em torno de 4,7 livros, incluindo a Bíblia e livros didáticos. Livros lidos por vontade própria somam apenas 1,3. Trinta e nove por cento dos leitores tem menos de 17 anos, ou seja, ainda estão em idade escolar. Já 14% deles estão em idade universitária, entre 18 e 24 anos.

Em um artigo escrito para o site da instituição Brasil Escola, a pedagoga Elen Campos revela que a leitura foi cada vez mais deixada de lado com a chegada da internet, e explica que um leitor deve ser estimulado desde cedo. “Desde pequena a criança deve ser estimulada a reconhecer a leitura como um momento de prazer. Os pais podem fazer isso de uma maneira natural, presenteando seus filhos com livros infantis ou gibis. A leitura é um dos principais artifícios que insere o indivíduo ao mundo do conhecimento”.

O estudante de 20 anos Douglas Both não faz parte da estatística dos universitários que costumam ler livros. Cursando o terceiro período da faculdade de design, confessa não freqüentar bibliotecas. “Eu devo ler uns dois livros por ano, no máximo. Prefiro ler jornais que pelo menos me mantém informado”, conta. Apesar de achar que livros de literatura não tem muito o que acrescentar, o estudante confessa se interessar por alguns assuntos e buscar informações sobre eles. “Tenho interesse por filosofia e religião, às vezes leio livros sobre esses assuntos”.

Já com o estudante de Publicidade e Propaganda André de Oliveira, também de 20 anos, a história é outra. Com um estimulo que veio de berço, o estudante tem uma verdadeira paixão por livros. “Não vou muito a bibliotecas, pois gosto de ter o livro, então costumo ir a livrarias pelo menos duas vezes por mês para comprar novos.”, diz. A preferência do rapaz, que torce o nariz para os títulos que os professores mandam ler, é por livros de suspense e terror de autores como Stephen King e Joe Hill. “Também gosto de histórias que podem acontecer com qualquer pessoa, como as do Nick Hornby.”, conta.

O estudante André de Oliveira está entre as exceções registradas nas estatísticas do Instituto Pró-Livro, bem acima da média apontada pela pesquisa, segundo a qual mesmo os brasileiros lendo em média 4,7 livros por ano, apenas 1,1 deles é adquirido. Entre os 36 milhões de compradores de livros do país, a média anual se compra é de 5,9 exemplares.

Matéria para a disciplina de Técnicas de Reportagem

Por Juliete Lunkes

sexta-feira, abril 17, 2009

Matéria: Lenzi Brothers

Lenzi Brothers

Dizem que um bom filho à casa torna. Com os irmãos Marzio, Matheus e Buca, que também atendem pela alcunha de Lenzi Brothers, o velho ditado cai como uma luva. Depois do sucesso em 2008, eles escolheram subir a serra e encontraram na sua terra natal, Lages, o lugar ideal para a gravação do seu quarto disco, que deve sair no segundo semestre desse ano.

O sucessor do bem-comentado Trio, lançado no ano passado, ainda não tem nome definido, mas os brothers já adiantam que o álbum contará com treze faixas inéditas. Segundo o baterista Matheus Lenzi, as gravações iniciaram há pelo menos seis meses, e, por opção dos próprios músicos, está sendo feita num ritmo mais leve. “Gravamos quando nos sobra tempo, de uma maneira mais relax, sem pressa”, conta.

O estúdio onde têm rolado as gravações pertence aos membros da banda Yer, amigos dos Lenzi, que por este motivo escolheram o lugar. Na fase de captação, a produção do disco está por conta dos próprios irmãos. Assim que finalizarem a primeira etapa, partirão para São Paulo onde será feita a parte de mixagem e masterização. Segundo Matheus, é possível que na capital paulista ainda possam convidar outros músicos para participações especiais. O produtor e o período desta segunda etapa ainda não estão decididos.

Além da liberdade das pressões, que levou a banda a escolher Lages para a fase de gravação, o retorno a serra catarinense também tem a ver com o desejo dos três de atingirem uma sonoridade mais distinta do disco anterior, gravado em Balneário Camboriú, cidade adotada pelos caras. Apesar disso, Matheus avisa que os dois ainda terão semelhanças. “O novo disco é mais parecido com nosso último, o ‘Trio’. Ele é rock, dançante e energético”.

Apesar da tendência mundial em lançamento de discos somente pela internet, eles pretendem lançar o novo trabalho em formato físico. Segundo Matheus, a banda ainda não definiu se será distribuído de forma independente ou por algum selo, e por isso ainda não sabem se vão disponibilizar o disco inteiro também para download. “Mas se tudo ocorrer como planejamos, em julho será lançado o primeiro single na internet”, revela.

E eles terão que se superar para bater o reconhecimento do disco Trio, que traz as melhores canções do grupo em treze anos de estrada, como “Allana” e “Abstinência”. Foi através dessas músicas que os irmãos alcançaram maior visibilidade em âmbito nacional no último ano. Uma prova disso é o reality show da MTV “Cachorro Grande em Busca da Fama”, que trouxe os gaúchos ao sul do país para mostrar os destaques independentes nos três Estados. A Lenzi Brothers saiu vencedora e desde então tem aparecido com freqüência na emissora e em outros veículos de comunicação, além de contar com uma agenda de shows movimentada.

Falando em MTV, recentemente estreou na programação do canal o videoclipe da música “Abstinência”, que faz parte do disco anterior dos Lenzi. Pra completar, no mês de maio eles fizeram uma mini-tour passando por três Estados tupiniquins. A viagem, que esteve em São Carlos-SP e Uberlândia-MG, terminou no famoso festival “Bananada”, em Goiânia-GO, sendo uma das únicas bandas a representar o sul do país.

Publicado no site Válvula Rock

Por Juliete Lunkes e Anderson Davi

terça-feira, março 10, 2009

Matéria: Parachamas

Nada pode pará-los!


Se o ano que passou superou expectativas, o atual promete ser ainda melhor. Pelo menos no que depender do otimismo dos blumenauenses do Parachamas. Dois mil e oito foi sem duvida um ano de muitas vitórias para o sexteto, mas as novas metas pessoais do grupo ainda prometem muito para os meses que estão por vir.
Em fevereiro deste ano, dando continuidade a boa fase alcançada pelos garotos, o site Zona Punk elegeu “Bem Vindo” - o último EP do Parachamas - a melhor Demo de 2008. A premiação, que é uma eleição aberta, provou não apenas a boa divulgação que o EP teve, como também a qualidade de um trabalho que envolveu muito suor de toda a banda.
O resultado da boa divulgação e a oportunidade de aparecer tocando para todo país no programa da Music Television “Cachorro Grande procura”, no final do ano passado, rendeu ainda mais frutos. Ela também fez com que Alexandre (vocais e guitarra), Alex, (bateria), Rodrigo Boka (baixo), Ricardo (guitarra), Beto (trombone) e Dido (trompete), fizessem suas malas e partissem para dois shows no estado de São Paulo. Uma nova parceria assinada este ano facilitou o contato para as apresentações. “Agora estamos com uma pessoa responsável por fechar nossos shows e tratar de assuntos relacionados à banda, ou seja, temos uma produção”, revela o vocalista Alexandre. Os shows foram realizados nos dias 21 e 22 de março nas cidades de Sorocaba e Santo André e marcaram as primeiras apresentações do Parachamas no estado paulista.
O grupo, que antes contava com sete membros, recentemente divulgou a saída da saxofonista Talita. Porém, segundo Alex, a saída de Talita não está vinculada à entrada de um substituto. “Esse assunto não é nem pauta em nossas conversas. Apesar de acharmos que um saxofone é interessante nas composições, não seremos uma banda melhor ou pior sem ele.”, garante o baterista.
Atualmente a atenção e dedicação dos garotos estão voltadas para gravação do novo EP. A pré-produção, dessa vez acompanhada por um produtor musical, teve início no mês de outubro, e o EP deverá ser lançado no segundo semestre deste ano. Assim como em “Bem Vindo”, o novo trabalho também vai contar com cinco faixas. As músicas já vêm sendo tocadas em shows há algum tempo e a intenção dos garotos agora é deixar o som com uma cara mais pop dentro da identidade que a banda já possui. “Nossas novas composições têm uma sonoridade mais próxima do que queremos para nós, e isso explica o fato de lançarmos mais um EP antes de um disco cheio”, revelam.
Outra novidade é o lançamento de um videoclipe, também previsto para esse ano. A música do clipe ainda não foi revelada, mas segundo Alexandre, o vídeo não tem nenhuma relação com o novo EP e será simples e de baixo custo. “O clipe vai ser algo além do ‘lado B’. Eu diria: ‘Total hand made’ devido à forma de captação e edição.”, completa.
Até agora o Parachamas só deu um aperitivo do que vem por aí ao longo do ano. Assim como em 2008, o que esperam agora é ter o devido reconhecimento perante os esforços que tiveram. “Nada caiu do céu, portanto, não esperamos milagres. Iremos trabalhar vinte vezes mais”.

Publicado no ste Válvula Rock

Por Juliete Lunkes Juliete Lunkes

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Matéria: Calvin

Calvin Envernizada

Banda prepara Videoclipe e um pacote de novidades neste mês

Talvez nunca em dez anos de história, a Calvin, de Timbó, esteve tão ansiosa e com tantos planos para o futuro da banda. O motivo de tanta expectativa gira em torno de uma música, que junto trará um leque de novidades, preparadas com cautela nos últimos meses pelo quinteto. Trata-se do single Verniz, que aos poucos se transforma em videoclipe, em EP e em novo Myspace, só pra começo de conversa.
A Calvin possui um trajetória iniciada em 1998, com um EP, em 2004, e um CD de estúdio: “Abre, sou só eu (ou: Mais do nada)”, em 2006. Com o lançamento deste debut álbum, através da Porão do Som Discos, o número de fãs aumentou consideravelmente, traçados em uma rota de shows que vai Brasil afora, onde são sempre bem acolhidos pelo público. Em 2009, o quinteto de Timbó, promete ampliar ainda mais esse alcance.
O ponto de partida é o single Verniz, gravado ainda no ano passado, que representa para o grupo uma nova fase em sua história. A música, que já chegou a ser vinculada na programação da Atlântida, começou a virar clipe em outubro de 2008.
As filmagens aconteceram no Butiquin Wollstein, em Blumenau, e o trabalho seguiu a risca a cartilha dos independentes: todo mundo ajudando no que pôde. Assim, Felipe Rischbieter assumiu a direção no set, Léo Biz ficou com a produção e mais amigos apareceram para dar uma mão no que podiam, até mesmo na figuração. “Foi muito trabalhoso, mas todo mundo curtiu um monte e isso que importa”, conta o tecladista Marcelo Kaiser.
A partir de então veio a parte mais demorada: a edição. O que era para ser finalizado no começo do ano se estendeu até o fim de fevereiro, isso por conta das enchentes que assombraram a região do vale em novembro. No momento, o clipe está no processo de pós-produção, com os integrantes analisando o que pode ser melhorado, para lançar no final deste mês de março.
“A idéia do vídeo é captar a banda tocando e ao mesmo tempo o ambiente em volta, sem nenhuma história específica, já que a música tem uma história própria”, explica Kaiser.
E é justamente o videoclipe que está atrasando as demais novidades. O projeto da Calvin é lançar o single Verniz em um EP, que virá com possivelmente mais três músicas, duas versões de sons de 2004 regravados em 2008, “3, 2, 1, Fim” e “Depois da Chuva”, além de outra nova canção.
Junto com as músicas, o plano é colocar um combo de bônus de divulgação do trabalho. Além do clipe, estarão fotos das filmagens e de divulgação, release e alguma outra coisa, mas nada definido pela trupe ainda. De certo mesmo é que a tiragem física será pequena, privilegiando os fãs que se interessarem pelo projeto. “É um EP ‘hiper-promocional do clipe’ e já estamos angustiados para mandar isso pra todo mundo”, comenta o tecladista.
Assim que lançado o clipe, entra no ar também o novo Myspace da Calvin, como novo layout, além das novas camisetas e do novo show, ou seja, tudo novo. A banda já tem algumas datas na agenda, mas está preparando um giro maior pelos palcos da região e do país quando Verniz finalmente entrar em cena.
“Está todo mundo bem empolgado”, revela Chico, frontman da Calvin “porque tudo o que envolve esse próximo trabalho possui uma proposta bem mais amarrada do que qualquer coisa que a gente já tenha feito.”
Enquanto vive esse ar de expectativa, a Calvin já trabalha duro no próximo passo após Verniz, um novo disco, o segundo da sua história. A banda passa por uma fase de composição e já está gravando novas músicas para o álbum. O grupo garante ter um grande número de canções inéditas, que atualmente passam pelo processo de triagem para decidir o que será registrado.
Por outro lado, o quinteto não tem pressa em lançar algo novo e está preocupado mesmo com a qualidade do material sucessor de “Abre Sou Só Eu (Mais do Nada)”. Segundo o tecladista, o objetivo é lançar ainda este ano, mas não é garantido, uma vez que “os integrantes são muito detalhistas e querem fazer deste álbum o melhor possível”. O jeito é aguardar para ver o que a Calvin reserva para 2009, ou melhor, “ano onze”, como dizem os próprios calvinistas.

Os dez anos da Calvin

Tudo começou em 1998 com a aquela velha história de dois amigos que queriam formar uma banda rock. Apesar dos singelos 14 anos, Chico, que cantava e tinha acabado de ganhar uma guitarra, e Billy, que foi presenteado com um baixo, empunharam seus novos instrumentos nas costas e começaram a tirar músicas de suas bandas preferidas.
Numa época em que o máximo que se ouvia de rock nas rádios era O Rappa, a Panchos, como era denominada a Calvin no final dos anos 90, achava que poderia ter um papel importante na historia do rock de Santa Catarina. E realmente teve.
Se hoje esses garotos de Timbó já fizeram shows em várias cidades de diferentes Estados brasileiros, há alguns anos a coisa não era bem assim. O primeiro show da banda, que já contava com Denis na bateria, foi no aniversário de 15 anos do vocalista Chico, ainda 98. O set list do show foi composto por três músicas: When I Come Around, do Green Day, Song 2, do Blur e Everything About You, do Ugly Kid Joe. “Depois disso, os shows eram em festinhas de amigos aqui, eventos da cidade ali.”, conta o frontman.
Depois de três anos divertindo o ínfimo público tocando apenas covers, resolveram então que era hora de partirem para suas próprias composições. Seguindo influências que iam do punk rock ao rock alternativo, as músicas iam surgindo uma atrás da outra, e junto com elas a idéia de trocar o nome da banda. Foi então que em 2001 a Panchos passou finalmente a ser chamada de Calvin, pois, segundo Chico, “aquele nome nunca seria levado a sério.”
Após a entrada do guitarrista Benny, os garotos passaram a conviver com a amarga experiência de tocar suas músicas próprias à um público que nunca tinha ouvido aquilo antes.Em 2004, com o lançamento do primeiro EP, gravado de forma totalmente caseira, as coisas começaram a melhorar para o quarteto. Com a ajuda da internet, as músicas conseguiram alcançar um público significativo, fazendo com que a banda fosse convidada a se apresentar em vários festivais de rock. Foi quando finalmente a Calvin conseguiu um espaço sólido não apenas no underground catarinense como também no nacional.
Com o sucesso do EP acabou surgindo, em 2006, a proposta do selo Porão do Som para a gravação do primeiro CD. Logo nessa época Benny teve que abandonar a banda por questões profissionais, deixando seu posto para Juvi, o atual guitarrista. A gravação do CD “Abre, sou só eu (ou: Mais do nada)” foi feita no mesmo ano, e contou com músicas compostas entre 2001 e 2005. “É um negócio meio maluco, porque a gente amadureceu muito nesse meio tempo.”, explicam.
Atualmente a formação da banda continua contando com Chico nos vocais e guitarra, Billy no baixo, Denis na bateria, Juvi na guitarra e este ano passou ainda a ter Kaiser no teclado. Segundo os integrantes, a banda precisava desse reforço ao vivo, já que os arranjos passaram a ser mais complexos.
Em comemoração ao aniversário de 10 anos, completos em 2008, a banda dedicou uma surpresa aos fãs. No mês de junho do ano passado eles regravam duas músicas do EP lançado em 2004 e colocaram novamente para download gratuito na internet. As músicas “3, 2, 1, Fim” e “Depois da Chuva” ganharam melhores arranjos e uma gravação mais profissional. Não à toa arrancaram elogios dos fãs presenteados.

Publicado no site Válvula Rock Juliete Lunkes

Por Juliete Lunkes e Anderson Davi