sexta-feira, agosto 29, 2014

Banda pernambucana Mombojó faz campanha de financiamento coletivo para nova turnê

Os 13 anos de trajetória no cenário underground e os cinco discos lançados nesse período não foram suficientes para fazer os pernambucanos do Mombojó se tornarem presença constante nos palcos da maioria dos Estados brasileiros. Vivendo há anos em São Paulo, a banda de Recife decidiu agora chegar mais longe por conta própria e com empenho dos fãs. Por meio da plataforma de financiamento coletivo “Queremos!”, o Mombojó abriu na semana passada uma campanha para o público pedir shows da turnê do novo álbum, “Alexandre”, em suas cidades. Nos locais em que houver mais pedidos, serão abertas as vendas de ingressos antecipados. Cada cidade terá que atingir uma quantidade mínima de unidades vendidas dentro de um prazo, que pode variar conforme o lugar, para que o show seja confirmado.
“Começamos a perceber uma dificuldade em chegarmos a algumas cidades e o ‘Queremos!’ veio para solucionar isso. Sempre que tentávamos marcar em um determinado local, travava na questão da passagem, hospedagem”, revela o vocalista Felipe S.
A campanha segue até 30 de setembro e durante esse período serão divulgadas nas redes sociais da banda as metas e prazos para cada cidade, conforme os pedidos forem sendo feitos. Os fãs que comprarem os ingressos antecipados além de ajudarem a confirmar o show e ter a entrada garantida, também ganham materiais da banda como recompensa.
A última vez que o Mombojó tocou em Florianópolis, segundo Felipe, foi há exatos dez anos, logo após o lançamento do primeiro disco, “Nadadenovo”. “A gente tem um público fiel na internet, mas recebe poucos convites para tocar em determinados locais. É sempre o mesmo eixo, São Paulo, Rio, Recife. Tocamos muito pouco aí no Sul, em Florianópolis foi só em 2004 e em Porto Alegre acho que a última vez foi em 2006. Curitiba é onde tocamos com mais frequência na região”, destaca.
Apesar dessa dificuldade, Felipe garante que não se sente frustrado. “Acho que isso faz parte. Vejo muita gente de vários lugares falando da banda, publicando coisas sobre a gente, mas acho que hoje em dia nada acontece sem que haja uma mobilização”.
  

Momento nostalgia
Lançado em maio deste ano, “Alexandre” teve seu período de gravação constantemente remetido a um longínquo 2004, quando o Mombojó entrou em estúdio para gravar o primeiro trabalho. O nome dele, inclusive, era para ser título daquele debut, em referência a uma voz que saía do teclado do pai de um dos músicos, que dizia "Are you sure?". A reprodução soava semelhante a “Alexandre” e o nome virou piada interna. Dez anos depois, ele voltou para confirmar a fase semelhante que vivem atualmente.
“Queríamos despertar nas pessoas uma surpresa como a daquele momento em que lançamos o primeiro disco. Tivemos o mesmo sentimento”, revela o vocalista.
Esse foi o primeiro disco gravado com improvisos, mais inserções de programações de bateria eletrônica e cheia de participações especiais, entre elas a da vocalista da banda franco-britânica Stereolab, Laetitia Sadier. 
“Conhecemos Laetitia num show que ela fez em São Paulo e deixamos um disco nosso de presente. Um ano depois ela nos mandou uma mensagem dizendo que tinha gostado e que adoraria participar de alguma música. Foi uma grande coincidência, porque era exatamente o momento em que começávamos a trabalhar no novo disco”, conta Felipe. “Agora estamos tentando viabilizar a segunda etapa, que é trazê-la para tocar com a gente”. 
  
Peça Mombojó em Florianópolis:


Publicado no jornal Notícias do Dia

sábado, agosto 23, 2014

Sem espaço para desentendimentos, Ira! traz a Florianópolis turnê da volta definitiva da banda

Desde maio, quando o Ira! subiu ao palco da Virada Cultural paulista para fazer o show que marcou definitivamente o retorno da banda após seis anos de separação, uma agenda intensa tem colocado os ex-inimigos Nasi e Edgard Scandurra em convivência integral pelas estradas de Norte a Sul do país. Domingo, eles desembarcam na Capital catarinense, após apresentações em Joinville, na sexta, e Indaial, no sábado, trazendo para o palco do Espaço Floripa um compêndio sonoro do que de melhor produziram desde 1981, além de uma novidade pós-hiato.
Quem ouve o vocalista falar entusiasmado sobre a nova fase do Ira! talvez custe a crer que uma briga feia o colocou contra todos os outros integrantes, incluindo seu irmão Airton Valadão Junior, empresário do grupo, em meados de 2007, e dizimou uma das mais emblemáticas bandas do rock nacional. Mas fato é que as desavenças foram superadas e Nasi, Scandurra e Airton andam muito bem, obrigado.
“Sinceramente na minha cabeça e na do Edgard parecia algo irreconciliável, mas o destino mostrou que o que havíamos construído não estava terminado. Foram capítulos sucessivos, nós não voltamos a nos falar para montar a banda. Primeiro houve uma bandeira branca, uma paz, depois minha participação num show dele, e então aquele show beneficente. Houve uma sincronia”, revela Nasi.
Apesar de na época ainda não ter sido considerado uma volta, o tal show beneficente realizado em uma escola de São Paulo no final de 2013 plantou um embrião nos fãs e neles próprios. Após muita conversa, o retorno triunfal, seguido por uma agenda com dezenas de datas por todo o Brasil, se deu em 18 de maio de 2014.
“Na Virada Cultural a volta já estava consolidada e o show marcou o início da turnê. Foi um grande desafio que decidimos enfrentar por ser um momento marcante, e foi muito bom. O Ira! não precisa estar na televisão nesse momento, só a reverberação dos shows já está fazendo tudo acontecer”, diz o vocalista.

Sem vícios
Para Nasi, alguns fatores foram fundamentais para que o retorno da banda aos palcos fosse possível, além de as arestas entre ele e o guitarrista já estarem devidamente aparadas. “Nós aliviamos nossa parte criativa com os nossos voos solos, que foram muito satisfatórios, e passamos a sentir saudade do Ira!. Houve ainda uma reformulação dos músicos, que já entraram com uma química boa, e uma mudança da equipe técnica.. É um clima novo, como se estivéssemos começando do zero, sem vícios de comportamento”, explica.
A nova formação conta com o filho de Edgard, Daniel Scandurra, no baixo, o baterista Evaristo Pádua, que participou dos álbuns solo de Nasi, e Johnny Boy no teclado. O ex-baixista Ricardo Gaspa preferiu não voltar ao grupo, enquanto o não retorno de André Jung para bateria, segundo Nasi, teve a ver com uma falta de afinidade musical entre eles.
Já os projetos solo que Scandurra e Nasi desenvolveram durante o período de hiato do Ira! devem continuar. “Eu e o Edgard conversamos sobre isso e vamos passar por períodos de alternância de prioridade. No momento a prioridade é o Ira!, mas já assinei contrato com o Canal Brasil para produzir um programa com meu trabalho solo, que depois vai virar DVD. Vamos fazer isso de uma maneira organizada”, conclui. 

sexta-feira, agosto 08, 2014

Miss Mundo Brasil revela os procedimentos que envolvem a escolha da mais bela mulher de uma nação

O coordenador artístico Marcelo Soes já estava a postos sob o sol forte à beira da piscina do resort Costão do Santinho, pouco antes das 10h de quarta-feira (6), quando as misses começavam a deixar seus quartos rumo ao ensaio geral. Após uma bronca de Dona Vanda, chaperona do Miss Mundo Brasil, por causa do atraso de parte das 40 candidatas que concorrem ao título na noite deste sábado, e uma palavrinha de motivação do Mister Brasil Lucas Montandon, as beldades finalmente começaram a se posicionar e acompanhar as ordens do responsável pelo desfile.
Desde o último domingo (3), candidatas de 27 Estados e Distrito Federal e de 14 Ilhas brasileiras – ou13, após a saída da representante de Fernando de Noronha para recuperação de um problema de saúde – estão confinadas no resort da praia do Santinho, onde são constantemente avaliadas, seja nas provas que acumulam pontos para a grande final, ou por atitudes que podem gerar a diminuição deles. Hospedado junto com elas, um staff de cerca de 30 pessoas cuida de cada detalhe para que saiam dentro do planejado todas as etapas que vão definir a nova representante do Brasil a embarcar para Londres, em dezembro, para o Miss World 2014.
Principais responsáveis por definir os padrões femininos entre as décadas de 1950 e 1970, os concursos de beleza tornaram mulheres como Marta Rocha, eleita a primeira Miss Brasil em 1954, e Ieda Maria Vargas, primeira Miss Brasil a conquistar o Miss Universo em 1963, grandes ícones do imaginário nacional no quesito “mulheres perfeitas”. O feminismo e as mudanças gradativas dos hábitos das mulheres fizeram com que o longo das décadas os concursos de miss fossem perdendo força como grandes ditadores de padrões de beleza, o que torna curioso que nos dias de hoje milhares de jovens ainda queiram fazer parte desse cenário. Ao lado do Miss Brasil Universo e do Miss Brasil Internacional, o Miss Mundo Brasil, sediado este ano pela primeira vez em Santa Catarina, está entre os principais concursos de beleza do país e traz em sua tradição o orgulho de valorizar mais do que a beleza, também o lado humanitário das participantes.

Em busca de um futuro brilhante
Cuidados com alimentação, pele e cabelo, exercícios físicos, acompanhamento psicológico e aulas de português e oratória já são práticas que acompanham a maioria das meninas acostumadas aos concursos de beleza e que ficam ainda mais intensas quando se trata da nova Miss Mundo Brasil. Antes de embarcar para Londres, a representante brasileira passará por uma maratona preparatória e a primeira etapa é uma viagem à China, onde está localizada a mais nova escola de misses do consultor de imagem venezuelano Alexander Gonzalez, preparador oficial do Miss Mundo Brasil desde 2009.
“Esse período de um mês meio na China será de muito trabalho, não vim aqui buscar uma amiga, vim buscar uma Miss Mundo. Ela precisa amar as cores de sua bandeira, quero que ela sinta essa grandeza. Uma Miss Mundo é uma mulher de beleza integral, que vai estar preparada para assumir uma grande responsabilidade”, destaca Alexander.
Nascido em um país conhecido por ser berço de grandes misses, Alexander aprendeu com quem há muitos anos valoriza de maneira obsessiva as belas mulheres nascidas por lá. Desde o final da década de 1960, as escolas preparatórias de misses começaram a se espalhar pela Venezuela e hoje é tradição que meninas bonitas ingressem em uma delas já a partir dos quatro anos de idade. “Eu comecei trabalhando em uma agência de modelos de onde saiam muitas misses, virei relações públicas delas e eventualmente cuidava também do vestuário. Hoje a mídia me considera um dos principais consultores de imagem do mundo. Eu só me considero um apaixonado pelo que faço”, diz.
Apesar da rotina aparentemente puxada, só o caminho para se tornar uma miss já é responsável por uma grande mudança na vida das candidatas. Os sacrifícios para perder alguns quilinhos e a dedicação para ficar por dentro de assuntos de conhecimento geral não são nada perto da oportunidade de viajar de avião e ver o mar pela primeira vez.
A Miss Mundo Goiás, natural de Anápolis, Luciana Novais, teve em Florianópolis a chance de conhecer pessoalmente as ondas geladas e salgadas que antes só via pela televisão. “Ontem nos fomos à praia, eu e outras duas meninas que também nunca tinham visto o mar, molhamos os pés e ficamos surpresas com as ondas, que batem na gente e nunca param”, diverte-se. De origem humilde, assim como boa parte das participantes, Luciana espera uma drástica mudança em sua vida, mesmo se não vencer. “Eu abandonei meu emprego para estar aqui, sempre foi meu sonho ser modelo e na minha cidade quase não havia trabalhos nessa área, e quando tinha não pagavam quase nada. Espero que alguém me veja aqui”.
Apesar da grande expectativa criada pelas candidatas, para o diretor do Miss Mundo Brasil, Henrique Fontes, é importante ter cautela. “Não somos loucos de virar para elas e dizer que depois do concurso elas serão milionárias, mas a vida delas muda. Muitas viram modelos ou apresentadoras de TV, passam a ser conhecidas e a ter histórias de sucesso, embora não se tornem superfamosas”, pondera.

Exigências
Aos 24 anos, Isabel Correa, Miss Mundo Ilhas de Búzios, voltou ao mesmo concurso cinco anos após ter participado pela primeira vez. Habituada às competições de beleza desde 2007, quando foi Miss Baixada Fluminense, em 2009 Isabel ficou na sexta na posição do Miss Mundo Brasil. Agora, mais madura e confiante, decidiu retornar, mas não sem antes abrir mão de um relacionamento estável. “Estava noiva de um dinamarquês, pedi se não poderíamos esperar um pouquinho mais para casar e ele disse que não, então tive que escolher e optei pela minha carreira”, conta.
Ter entre 17 e 25 anos, não ser casada, não ter filhos e nunca ter posado nua são algumas das exigências que norteiam os principais concursos de miss. E mesmo que o Miss Mundo Brasil carregue a fama de valorizar as atitudes, o lado humano e o engajamento social das misses – tendo criado inclusive o lema “Beleza com propósito” –, ele não abre mão dessas regras.
“Quando você vai tentar um emprego em que vai precisar viajar muito, pode ter certeza que vão te perguntar se você é casada. E o mesmo acontece com o Miss Mundo. Muitas vezes os maridos não dão essa liberdade para as esposas, e elas vão viajar muito, além de cumprir uma agenda cheia de compromissos”, justifica Alexander.
“Não temos como saber tudo em relação às meninas. Temos os coordenadores em cada Estado que convivem com elas e ficam responsáveis por checar essas questões, a primeira delas é a idade. Desde que assumi a franquia do Miss Mundo Brasil, em 2006, nunca houve um caso de desclassificação por alguma irregularidade, mas na história dos concursos pelo mundo já foram vários casos. Já aconteceu de descobrirem que uma miss tinha filhos e ela ser desclassificada”, lembra Henrique Fontes. De acordo com ele, apesar dessas regras básicas, não há nenhum padrão estipulado quando o assunto é o corpo das misses. “O padrão de beleza muda muito com o passar dos anos, mas o padrão Miss Mundo é diferente porque valoriza a mulher pelo que ela é, tanto que nem divulgamos as medidas delas. E não incentivamos cirurgias plásticas. Não proibimos, mas não há qualquer tipo incentivo e relação a isso”, garante o diretor.
Sobre a restrição a uma miss já ter posado nua, Alexander afirma que é uma questão de valores. “Quando o nu é feito em forma de arte, tudo bem, mas quase sempre é feito de uma maneira vulgar, e as misses precisam mostrar seus valores, passar um bom exemplo”, conclui.


Disciplina
Auxiliada pelos monitores Willian e Matheus, a chaperona Dona Vanda funciona mais ou menos como uma mãe das concorrentes ao Miss Mundo Brasil. A função, muito comum em concursos de beleza, consiste em acompanhar e estar à disposição das candidatas durante toda a preparação delas para a grande final. Mas assim como uma verdadeira mãe, Dona Vanda nem sempre é boazinha. “Se elas se comportam eu dou beijo, se elas não se comportam eu dou bronca. De boazinha só tenho a cara”, brinca.
Vanda, que era advogada antes de assumir o cargo, ainda é nova na área e foi convidada assumi-la graças à amizade com boa parte da produção do evento. Além do Miss Mundo Brasil deste ano, ela só havia participado do Mister Brasil, no mês de maio, mas já pôde notar bem a diferença. “O Mister foi mais fácil porque mulher é mais delicada, ela são mais dengosinhas. Os meninos também levavam broncas, mas dificilmente atrasavam quando era marcado um horário”, lembra.

Curiosidades
- O Miss Mundo Brasil existe desde 1958 e só elegeu uma única Mis World, Lúcia Petterle, no ano de 1971.
- Santa Catarina teve quatro Misses Mundo Brasil: Roberta Pereira (1986), Francine Eickemberg (2000), Taíza Thomsen (2002) e Regiane Andrade (2007).
- No Miss Brasil Universo, realizado desde 1954, Santa Catarina teve cinco eleitas, entre elas a atriz Vera Fisher, em 1969. 

Índice miss
Estados com mais títulos no Miss Mundo Brasil
1º lugar: Rio Grande do Sul - 8 títulos
2º lugar: Rio de Janeiro - 7 títulos
3º lugar: São Paulo e Paraná - 6 títulos
4º lugar: Minas Gerais - 4 títulos
5º lugar: Santa Catarina e Pernambuco - 4 títulos

Países com mais títulos no Miss World
1° lugar: Venezuela – 6 títulos
2° Lugar: Reino Unido e Índia– 5 títulos
3° lugar: Estados Unidos, Suíça, Jamaica e Islândia- 3 títulos

Publicado no jornal Notícias do Dia

segunda-feira, agosto 04, 2014

Músico João Barone lança documentário em parceria com produtora catarinense

Na manhã da última quinta-feira (31), o músico João Barone desembarcou em Florianópolis para assistir o resultado de mais uma de suas contribuições documentais da história recente do Brasil ao lado da equipe que o ajudou a torná-la realidade. Ele ainda é mais conhecido como o baterista da banda Os Paralamas do Sucesso, mas há alguns anos tem dedicado parte de seu tempo a desvendar e registrar fatos pouco conhecidos da biografia do país. Dessa vez, ele partiu para a Itália, onde a bordo de dois jipes restaurados da FEB (Força Expedicionária Brasileira) levou sua equipe de produção para uma expedição em 15 cidades do norte do país em busca de histórias de heróis brasileiros que lutaram na região durante a Segunda Guerra Mundial. O resultado foi o documentário “O Caminho dos Heróis”, transmitido pela primeira vez na noite de quinta-feira no canal History.
O trabalho foi realizado em parceria com a produtora catarinense Orbital Filmes, comandada por Paulo Trejes, responsável pela supervisão geral do filme, e foi exibido dentro da programação especial do canal pago dedicada às grandes guerras mundiais, em lembrança aos cem anos as Primeira Guerra. “Saímos do Brasil com uma pré-produção bem elaborada. A região que visitamos é composta por pequenos vilarejos e as pessoas que vivem lá têm boas lembranças dos brasileiros durante o combate, então estamos revelando uma história mal contada, porque os brasileiros além de tudo ainda eram bons de briga”, revela Barone.
Segundo o supervisor geral da produção, o filme traz ainda uma característica de road movie, cheio de peculiaridades, em um formato televisivo. “Ele foi pensado para a TV, para os intervalos, mas não é muito diferente de outros filmes, você pode assisti-lo como um documentário normal”, diz Trejes. A dupla ainda não sabe qual será o próximo destino da produção e ainda curte o momento de “nascimento do filho”. Por enquanto eles esperam que O Caminho dos Heróis” abra portas para essa fatia da história recente brasileira, que consideram inesgotável, continuar sendo contada.

Parceria continuada
Enquanto João Barone e Paulo Trejes se reuniam para contar a história dos pracinhas brasileiros no norte da Itália durante a Segunda Guerra, uma nova proposta acabou surgindo em meio às conversas sobre o que a amplitude do tema poderia gerar. Depois queO Caminho dos Heróis” der a abertura necessária, eles pretendem tirar do papel a ideia de uma minissérie de ficção, que já tem até nome, “Terra de Ninguém”.  O plano era ter começado as filmagens já no ano passado, mas segundo Barone, há ainda questões que precisam ser delineadas, especialmente no que diz respeito à captação de verba. “É um projeto mais ousado, já está sendo trabalho, só que exige mais dinheiro e mais pessoas envolvidas”, esclarece.

Se tudo sair como planejam, “Terra de Ninguém” será o quinto trabalho de Barone envolvendo pesquisas sobre o Brasil na Segunda Guerra Mundial. Além do recém-lançado “O Caminho dos Heróis”, ele já produziu, escreveu e codirigiu o documentário “Um Brasileiro no Dia D”, de 2006, e escreveu dois livros sobre o tema, “1942 – O Brasil e Sua Guerra Quase Desconhecida”, de 2008, e “A Minha Segunda Guerra”, de 2013, tudo resultado do interesse pelas memórias pouco compartilhadas pelo pai, ex-combatente que lutou para libertar o povo italiano da dominação nazifascista.