domingo, dezembro 15, 2013

De La Tierra une quatro músicos de três países diferentes com a paixão pelo heavy metal em comum


Uma aparentemente imprevisível junção entre dois argentinos, um mexicano e um brasileiro ainda promete dar muito o que falar na cena heavy metal da América Latina. Andrés Giménez da banda D-Mente e da extinta A.N.I.M.A.L, Sr. Flavio do Los Fabulosos Cadillacs, Alex González do Maná e Andreas Kisser do Sepultura formam o De La Tierra, projeto que começou a ser idealizado há mais de 8 anos e  lança em 14 de janeiro seu disco de estreia.
Se a primeira vista pode parecer estranho dois grandes nomes do metal se unirem a músicos de bandas essencialmente pops, Giménez se prontifica a dissolver qualquer desconfiança. “Não foi difícil juntá-los, Alex e Flavio são grandes músicos, com uma abertura muito grande, conhecem e gostam de metal. Rompemos qualquer preconceito e nos sentimos como garotos de 15 anos tocando”, esclarece.
Andreas Kisser foi o último a fazer parte da turma, convidado por González para dar mais peso às guitarras sem abrir mão da proposta inicial de ser uma banda latino-americana. Com o brasileiro veio também o nome do grupo, relacionado à origem dos integrantes. “Sempre tive uma grande aproximação com o metal latino, inclusive já cheguei a tocar com o A.N.I.M.A.L, então já conhecia o Andrés, embora não tanto quanto hoje”, explica Kisser, que também  já se apresentou com o Sepultura nos países dos novos companheiros.
O primeiro single do De La Tierra, “Maldita História”, lançado em novembro, já dá uma prévia do que o público vai ouvir nas outras dez faixas que compõem o disco. Junto com os refrães melódicos, o grupo mistura referências trazidas por cada um de suas bandas origem, em um trabalho feito a oito mãos. “As composições começaram com trocas de e-mails, mas as coisas começaram a fluir mesmo quando nos encontramos. Fizemos as músicas e em seguida já começamos a gravar”, explica Andreas.

Portas abertas
O disco de estreia teve produção da própria banda e foi gravado e mixado por Stanley Soares nas cidades de São Paulo, Guadalajara, Buenos Aires e Los Angeles. Para a gravação, o De La Tierra fez questão de usar o melhor dos mundos digital e analógico. A intenção era soar mais como os registros de heavy metal feitos nos anos 1990 e um pouco menos como as intervenções digitais de hoje em dia. “Nós não queríamos ser escravos das máquinas”, defende Andreas.
Depois do lançamento, que sai pela Roadrunner Records e Warner Music Latina, as primeiras datas de shows devem começar a ser divulgadas. De acordo com Andreas, eles devem primeiro finalizar turnês e demais trabalhos com seus projetos originais e entre março e abril enfim começar as apresentações, com datas garantidas para o Brasil. “Vai ser difícil por causa das nossas bandas, mas sabíamos desde o início que seria assim”.
Cheio de boas expectativas em relação à repercussão após o disco finalmente chegar aos ouvidos do público, Giménez carrega ainda uma perspectiva em especial: “Acho que esse projeto pode abrir mais portas para o metal latino, para as bandas que cantam em português e espanhol, que são muitas”.

Publicada no jornal Notícias do Dia.