terça-feira, fevereiro 17, 2015

Em meio a uma maratona de shows, Valesca Popozuda passou pelo Carnaval de Florianópolis

Sete shows, cinco Estados diferentes. Essa será a contabilidade final do Carnaval da funkeira Valesca Popozuda, que em 2015, pelo segundo ano consecutivo, optou por ficar de fora dos desfiles e longe da Salgueiro, sua escola de samba do coração, para priorizar o trabalho. Na noite do último domingo (15), durante a segunda parada da maratona, Valesca veio direto da Bahia para Florianópolis, onde se apresentou para um público de cerca de 80 mil pessoas no camarote da Skol, no Centro da cidade. Mas se parece muito pesado para uma única pessoa subir a tantos palcos em tão pouco tempo, ela não deixa nenhuma dúvida de que energia não lhe falta e que transborda até nos olhos, maquiados com muito brilho.
“Comecei em Salvador, daí vim para Floripa, e daqui vou para Laguna. Eu amo o que eu faço, não há nada que faça você cair. É um prazer, então você vai com todo gosto, com toda garra, e ver os fãs esperando com todo esse carinho, não tem preço que pague. Depois vou para Ouro Preto, em Minas, aí vou pro meu Rio, depois para Recife e volto para Salvador”, afirmou a cantora, minutos antes de se apresentar para milhares de “popofãs”, como carinhosamente apelidou seu público.
A dedicação exclusiva ao trabalho durante o Carnaval, adotada desde o ano passado, período em que se firmou como um verdadeiro fenômeno pop com o hit “Beijinho no ombro”, é resultado de muita disciplina e de seriedade no que faz, mas ela não esconde uma pontinha de saudade de mostrar o samba no pé na Sapucaí. “São dois anos já sem avenida, mas eu comecei uma carreira solo e tenho que fincar ela. Não desfilei, fiquei chateada, mas eu fico acompanhando pelos sites durante correria dos shows , fico olhando quem sai, quem não sai, quero ver as rainhas, vou logo olhando paras as rainhas, para a bateria, o coração da escola. Mas se Deus quiser eu vou voltar”, garantiu a cantora.

Elegância e feminismo

Depois de aproximadamente 12 anos em uma carreira sem tantos holofotes no grupo a Gaiola das Popozudas, Valesca foi aos poucos conquistando seu espaço no cenário do funk de todo o país, e ganhou fãs e admiradores que inclusive não tem tanta afinidade com o ritmo. Com superproduções de videoclipes e um estilo muito mais sofisticado de quando fazia parte do grupo e de quando deu seus primeiros passos na carreira solo, sem nunca deixar a sensualidade de lado, Valesca viu seu nome ganhar respeito dentro e fora da cena, sobretudo com as feministas, depois de participar da campanha “Não mereço ser estuprada”. Mas muito antes desse episódio, a cantora já se declarava parte do movimento, e hoje engrossa a luta a favor da igualdade de gêneros. “Eu sou feminista, mas sou mulher antes de tudo, sei onde o calo aperta, tenho mãe, tenho irmãs e eu sempre vou defender a mulher em primeiro lugar, porque o homem faz tudo o que ele quer. É o garanhão, pode tudo, e a mulher se beijar um, dois, três, ou quatro na boca, não vale nada”, desabafou. “Os direitos são iguais para todos. As pessoas têm que parar com essas críticas, porque isso não está com nada, e se preocupar mais com o nosso país, deixar as pessoas viverem felizes. Eu sou a favor de todo mundo ser feliz”, concluiu a funkeira.

quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Orquestra Contemporânea de Olinda volta a Florianópolis e se apresenta na Casa de Noca

De volta a Florianópolis e pela primeira vez na Casa de Noca, a Orquestra Contemporânea de Olinda marca na noite de hoje o início das comemorações de Carnaval de um dos mais expoentes espaços de música brasileira da Capital. Formado por dez músicos que rodam juntos na estrada há sete anos, o grupo traz ao palco da Noca um repertório que mistura seus dois primeiros álbuns, “Orquestra Contemporânea de Olinda”, de 2008, e “Pra Ficar”, lançado em 2012.
Na segunda apresentação na Ilha, o grupo troca o espaço amplo e ao ar livre do Green Park, onde subiu ao palco em novembro do ano passado, por um ambiente menor e mais íntimo, o que de acordo com o guitarrista Juliano Holanda, de forma alguma é um problema. “Quando nós começando em Olinda tocávamos muito em lugares pequenos, lá tem muito essa cultura e nós gostamos disso. Em lugares maiores existe uma preocupação maior com som, luz, mas em locais pequenos o público consegue ficar mais perto, e somos movidos por essa energia. Recentemente tocamos em um espaço em Belo Horizonte e foi ótimo”, conta o músico.
Idealizada pelo percussionista Gilú Amaral, a Orquestra Contemporânea de Olinda apresenta como marca duas das maiores “escolas” de referência da música pernambucana: a percussão e os sopros. Ao quarteto de tuba, sax, trompete e trombone, liderados pelo maestro Ivan do Espírito Santo, unem-se o baixo, o microkorg, a guitarra, uma rabeca e um duo de vozes masculinas, numa formação ampla e nada convencional.
Com o lançamento de seu primeiro disco homônimo, a Orquestra conquistou indicações ao Prêmio da Música Brasileira (2009), ao Grammy latino (2010), além de ter seu show considerado um dos melhores de 2009 pelo Jornal O Globo e ganhar meia página do jornal The New York Times pela apresentação realizada no Lincoln Center, em Nova York, em 2010, na primeira turnê pelos Estados Unidos.
Nova turnê em preparação
Previsto inicialmente para ser lançado ainda no segundo semestre de 2014, o terceiro disco da big band já passou por todas as etapas de produção e deve ser lançado no próximo mês, com patrocínio da Petrobras. “Ele está praticamente pronto, começamos a gravar no início do ano passado, só não saiu ainda porque dependemos da agenda Petrobrás, mas agora já tem até data, deve ser lançado no dia 27 de março”, adianta Juliano.

Com o lançamento previsto para daqui a pouco mais de um mês, a Orquestra agora se despede dos mais de dois anos de estrada da turnê do álbum “Pra Ficar” com os últimos shows, hoje em Florianópolis e na próxima sexta-feira no festival Psicodália, em Rio Negrinho. “Por enquanto nos shows só estamos tocando uma música do disco novo, só para dar um gostinho. Agora na verdade é o encerramento da turnê “Pra Ficar”, mas já estamos ensaiando com as músicas e a cenografia da nova turnê”, revela o guitarrista.  “Estamos curiosos para tocar no Piscodália, várias bandas boas tocam lá, e é uma fazenda, no meio do mato, tem tudo a ver com o nosso som”, conclui Juliano.