sexta-feira, março 02, 2012

Networking - contatos ajudam a alavancar sua carreira

Fila do banco ou pós-graduação, todo lugar é lugar de fazer contatos. Veja o caso da egressa Andreia Belaus e entenda por que, cada vez mais, construir uma rede de relacionamento significa estar em contato com as melhores oportunidades. 

Ao concluir o curso de Psicologia na Univali, em 2000, Andreia Belaus, hoje supervisora de Desenvolvimento Humano da empresa Gomes da Costa, sentia que precisava ser conhecida na sociedade para conseguir o seu primeiro trabalho. Recém-formada, não tinha dinheiro para montar um consultório ou uma empresa e não encontrava vagas na sua área. “Eu morava em Itapema, que na época era uma cidade que vivia basicamente da temporada, com poucas empresas”, lembra.
Foi então que decidiu dar um passo ousado para suprir a necessidade de se tornar conhecida: procurou a promotora de justiça no Fórum da cidade e ofereceu atendimento gratuito às famílias com processos tramitando na comarca. “A promotora adorou a ideia, mas no Fórum não tinha sala, então conseguimos uma no CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Itapema”. Circulando diariamente dentro do CDL, Andreia acabou conhecendo e fazendo contatos com vários empresários da cidade, e após um ano trabalhando como voluntária, foi convidada para fazer o seu primeiro trabalho de consultoria. A história de Andreia é apenas um dos tantos exemplos de inserção no mercado de trabalho que se deu por uma boa rede de contatos, ou em uma linguagem mais atual, um bom networking.
Mas uma coleção de cartão de visitas, uma conta no LikedIn recheada de contatos ou uma velha agenda carregando centenas de nomes e telefones não bastam para um bom networking se não forem constantemente alimentados e atualizados.
De acordo com Caio Santangelo, coordenador do curso de MBA em Gestão Estratégica de Varejo e Vendas da Univali, uma boa rede de contatos profissionais deve começar a ser brotada já durante a graduação, no momento da escolha profissional. Mas, segundo ele, um bom banco de dados não basta se você não tiver o CHA. E ele não está falando da bebida. “O CHA, com letra maiúscula, significa conhecimento, habilidade e atitude. Se você não tiver o CHA, de nada adianta o networking”, enfatiza.
A egressa do curso de Administração da Univali, Karina Alves, é pós-graduada em Gestão de Pessoas e começou sua vida profissional por causa do networking, já na faculdade. Quando entrou no curso de Administração, Karina estava em busca de um emprego na área. Conversou com colegas, fez contatos e não tardou em conseguir uma vaga de auxiliar de departamento pessoal. Mais tarde, quando concluía a pós-graduação, os contatos feitos durante a faculdade novamente lhe deram um rumo. A indicação feita por uma colega da época foi o trampolim para que hoje Karina coordene uma equipe de Recursos Humanos.
Para ela, a rede de relacionamentos que começou a ser alimentada desde cedo foi essencial para a sua carreira. Hoje, bem posicionada profissionalmente, utiliza o networking com outro objetivo: as indicações. “Acredito que o maior número de contatos e bons relacionamentos que a pessoa tem pode um dia favorecer para uma ótima colocação profissional, e foi o que aconteceu comigo. Sempre que posso indico os profissionais que também conheço”.

Fila do banco ou pós-graduação, todo lugar é lugar de fazer contatos

Mas, como começar a estabelecer uma boa rede de contatos? Segundo o professor Santangelo, um networking se constrói no dia a dia. “Pode ser na fila do banco com um cartão de visitas, em eventos, feiras, participando de entidades de classe, ONGs, confraternizações. Tudo depende de um bom marketing pessoal”. As redes sociais ele diz que também são excelentes ferramentas de networking, desde que usadas com esse objetivo. Sejam as específicas para networking, como o LinkedIn, ou mesmo redes mais genéricas como o Twitter e o Facebook.
De acordo com Santangelo, um curso de MBA é outra excelente ferramenta de networking. Lá se misturam profissionais de diversas áreas, diferentes hierarquias e cargos, todos em busca de conhecimento para ser aplicado em seu campo. Fato comprovado por Andreia Belaus, que mais tarde, já inserida no mercado de trabalho, também cursou MBA em Estratégia Organizacional. “No MBA praticamente todos estão no mercado e a troca de experiências é muito gratificante. Acabamos recrutando pessoas interessantes, enviando seus currículos para amigos de outras empresas, é uma rede”, conta.
Os principais erros que podem ser cometidos em uma rede de contatos, segundo o professor Santangelo, é mantê-la desatualizada, demorar a fazer o contato e utilizar apenas quando você está necessitando. “É preciso alimentar os laços, manter uma relação com a rede de contatos, não ficar dois anos sem falar com a pessoa. É preciso oferecer ajuda, não ir atrás apenas quando você precisa”, explica. Os spams ele diz que são outro grande erro que deve ser evitado em uma rede de contatos. “É preciso ter bom senso. O banco de dados deve ser segmentado para não mandar coisas que não interessem às pessoas."

Por Juliete Lunkes