Depois de uma pausa de dois anos, entre 2009 e 2011,
e um total de cinco sem lançar nenhum disco de inéditas, em 2013 O Rappa voltou
com dez novas faixas mostrando que de fato tem papel fundamental na música
brasileira. Com o lançamento do disco “Nunca Tem Fim...”, que em três meses
vendeu surpreendentes 40 mil cópias, em plenos tempos de downloads piratas, a
banda provou de vez que os boatos sobre um fim iminente, que já rondaram o
grupo em diversas ocasiões, são realmente infundados. E é com ênfase no
trabalho mais recente que Falcão (voz), Lobato (bateria), Xandão (guitarra) e
Lauro Farias (baixo) chegam a Florianópolis neste sábado, onde se apresentam no
Devassa On Stage, com apoio do Destino SC, do Grupo RIC.
Para o baterista Marcelo Lobato, o longo hiato de
cinco anos sem liberar aos fãs qualquer material inédito se tornou uma forma
natural para a banda de lançar trabalhos somente quando acham que realmente
chegou a hora. “A história já é meio assim faz tempo, levamos em torno dois
anos e meio para lançar um disco, é uma coisa natural. Antigamente era
diferente, todo ano esperavam por um disco, hoje há mais preocupação em fazer
algo bem feito, sem cobranças. Tem que estar em um momento legal”, afirma o
músico. “Ficamos esse período parados e foi muito bom. Quando voltamos, a
energia estava revigorada, porque banda é como um casamento. É preciso ter a
sabedoria para parara na hora certa”, acrescenta.
Junto com o sucesso de “Nunca Tem Fim...”, O Rappa
voltou às origens ao decidir lançá-lo também em formato vinil, atingindo tanto
uma geração saudosa quanto a que está descobrindo agora os LPs. “Os primeiros
discos da banda saíram em vinil, depois virou algo só paras o DJs e então
voltou. É algo especial e bonito, que se faz aqui mesmo no Brasil e com qualidade.
Eu ouço bastante, é algo que exige paciência, tirar da capa, colocar no
toca-discos, virar de lado depois de 20 minutos, e a galera mais nova está se
ligando nisso”, conclui Lobato.
Sem
soar repetitivo
Com seis discos de estúdio na bagagem e outros cinco
de coletâneas e de apresentações ao vivo, O Rappa hoje tem uma gama de opções
para rechear o repertório a cada show, que ocorrem em média três vezes por
semana, o que, de acordo com Lobato, consegue tornar as apresentações bem pouco
repetitivas. “A montagem do repertório é bem natural, e como a gente toca
muito, fica fácil. O Falcão é mestre em cantar músicas que não tocamos há
tempos. Não repetimos tanto o repertório porque temos um leque bem grande, colocamos
inclusive músicas de outros artistas também, não fica uma coisa burocrática”,
considera o baterista.
Para o show deste sábado o repertório da banda segue
dando mais atenção ao trabalho mais recente, que ainda tem muitas músicas em
fase de experimentação ao vivo.
“Atualmente estamos priorizando o ‘Nunca tem fim...’, mas fazemos também
um apanhado de toda a carreira. Ainda estamos testando ao vivo algumas coisas
desse disco, alterando algumas coisas, mas tem sido muito prazeroso tocar as
músicas dele. Nos shows também temos sempre um cenário gráfico, tem um lado
viajante nele, uma coisa lisérgica”, conclui o músico.
Publicado no jornal Notícias do Dia