segunda-feira, janeiro 19, 2015

Fátima Guedes e Rafael Vernet fazem turnê em Santa Catarina

 Dos 36 anos de carreira da cantora e compositora carioca Fátima Guedes, 26 deles em algum momento contaram com a parceria do pianista Rafael Vernet. E é ao seu lado que nesta semana ela desembarca em Santa Catarina para uma turnê em cinco cidades do Estado pela Rede Sesc de Teatros. A primeira parada é amanhã, no Sesc Prainha, em Florianópolis, e em seguida a dupla segue para Joinville (21/1), Jaraguá do Sul (22/1), Lages (24/1) e Chapecó (25/1). Todas as apresentações têm ingressos gratuitos, distribuídos nas centrais de atendimento.
Intitulado “Dois Corações”, mesmo nome da música composta na década de 1990, em parceria com Djavan, o espetáculo terá ares intimistas e contará com um repertório amplo de músicas de sua autoria, novas e antigas, além de canções de outros artistas. “O repertório terá músicas minhas mais antigas, como “Absinto”, “Lápis de Cor” e “Cheiro de Mato”, além de coisas novas e duas músicas de Tom Jobim. Também pode haver algum Baden, Guinha, será um show muito agradável”, destaca a cantora. “Será mais informal porque apesar de ser piano e voz, que é algo muito elegante, há uma grande interação com a plateia e cantamos juntos também. Em algum momento devo pegar o violão para tocar uma ou outra música, mas é essencialmente piano e voz”, completa.
Sem lançar discos desde 2006, momento em que se dedicou a gravar músicas esquecidas de Tom Jobim, Fátima garante que este ano deve entrar em estúdio e romper com o jejum de nove anos sem um novo álbum. Ao todo, desde 1979, a cantora já lançou 11 discos, parte deles com canções de sua autoria e outros em parceria com grandes nomes da música brasileira.
No piano, Rafael Vernet, que tem formação clássica e já trabalhou com nomes como Chico Buarque, Hermeto Pascoal, Ed Motta, Hélio Delmiro e Toninho Horta, também apresenta no espetáculo dois solos de sua autoria.

Música para pensar
Acostumada a escrever e cantar sobre os sentimentos da alma feminina, Fátima admite que tem ouvido pouco a produção de artistas da nova geração da música brasileira, e não destaca nenhum nome em especial, principalmente porque ninguém conheceria. “De me chamar atenção não tem muita coisa nova na música brasileira hoje. Os mais criativos não estão na grande mídia, é preciso fazer uma pesquisa para encontrá-los. Não dá para medir a música pela mídia, se eu falar um nome agora você não vai conhecer”, declara.
Segundo ela, atualmente a música no Brasil vive uma indefinição em que não se diferencia do que entretenimento. “Na última década houve uma grande confusão a respeito do que é música e o que é entretenimento e com 36 anos de carreira eu procuro deixar isso bem claro para o público. Música é o que te emociona, te faz pensar. Entretenimento é aquilo de pular e dançar. Nós sobrevivemos pela qualidade”, enfatiza.
Em sua sólida trajetória como compositora, Fátima já teve a chance de ouvir suas letras na voz de Maria Bethânia, Nana Caymmi, Simone, Alcione, Beth Carvalho e Ney Matogrosso, personalidades que, segundo ela, sempre acabam imprimindo um pouco de si nas músicas. “Cada cantor faz uma releitura muito pessoal da música, é sempre uma surpresa. É um hibrido, ocorre uma mistura das características de quem está envolvido, de quem escreveu e de quem está cantando”, conclui.

Publicado no jornal Notícias do Dia