Em 2010,
quando “Tik Tok” se espalhou pelo mundo e virou hit certeiro na balada, no
carro, na academia e nos fones de ouvido em qualquer outra circunstância, a loirinha
Kesha, dona da música, também começou a chamar atenção pela sua personalidade.
Ela era autêntica, mas não chegava à excentricidade de Lady Gaga, e era bonita,
sem necessariamente ser um sex symbol como a Beyoncé. Assim, conquistou seu
espaço na música pop sem nunca deixar de reconhecer o lado esquisito que
carrega até hoje. No dia 30 de janeiro, a cantora de 27 anos, nascida em Los
Angeles já praticamente sob holofotes, desembarca pela primeira em
Florianópolis, onde estende sua turnê pelo Brasil no Devassa on Stage.
Filha da cantora e compositora Pebe Sebert,
que fez certo sucesso na década de 1970 no cenário roqueiro americano, Kesha
foi criada com a liberdade de ser o que quisesse, desde que nunca deixasse de
ser ela mesma. “Eu sinto que cresci em um ambiente muito real que insistia para
que eu fosse eu mesma. Eu fui encorajada a fazer minhas próprias roupas e ser
totalmente quem eu era. Às vezes eu era meio estranha, me vestia de maneira
muito esquisita, mas minha mãe me encorajou a ser eu mesma, e eu quero que através
das minhas músicas outros jovens também se sintam confiantes e sejam eles
mesmos”, revelou a cantora em entrevista por e-mail ao Notícias do Dia.
Da mãe,
além da influência musical e da liberdade para criar, Kesha também acabou
ganhando parcerias para suas músicas nos dois álbuns que já lançou. “Minha mãe é uma compositora incrível. Ela colaborou em muitas das minhas
músicas, incluindo “Canibal” e “Your Love
Is My Drug”, apenas para citar algumas. Ela sempre me estimulou a seguir com a
minha carreira musical”, declara.
Apesar do sucesso pelos palcos do
mundo todo com o microfone em punho, Kesha sempre se considerou muito mais uma
criadora, escrevendo músicas inclusive para outros astros do pop. “Eu me
considero em primeiro lugar uma compositora. Eu penso na estética que eu quero
trazer para a minha música de maneira tridimensional. Eu penso numa estética e
vou atrás dela, e também no que vou vestir e como será a coreografia para as
ideias dos meus videoclipes”.
Mais blues, menos pop
Sem gravar disco novo desde 2012,
quando lançou “Warriors”, sucessor do álbum de estreia “Animal” (2010), Kesha
afirma que desde então vem trabalhado constantemente em novas músicas. Já no
mesmo ano, rumores de que o disco mais recente não havia agradado tanto à
cantora se espalharam e a expectativa dos fãs na época era de que um novo
chegasse em breve. Mas passados três anos, a espera ainda predomina. “Eu estou
trabalhando em músicas novas todos os dias. Não sei quando estarei pronta para
gravá-las, mas só sei que há uma abundância de novas músicas esperando para o
mundo ouvir”, afirma.
Sempre influenciada por artistas de
estilos bastante distintos, de Madonna a The Velvet Underground, passando por
Beastie Boys, a cantora assume que não está muito ligada no quem tem surgido de
novo na música pop, mas conserva uma rotina bem musical. “Honestamente eu ando ouvindo muitos discos de
blues antigos, e não tenho ouvido nada de música nova. Eu gosto de pegar um
disco de vinil e ouvir várias vezes seguidas”, revela a cantora.
Publicado no jornal Notícias do Dia