Em 2014, ao romper um jejum de seis anos sem um
disco de inéditas, o Skank foi responsável por um dos lançamentos mais
elogiados e aclamados pela crítica especializada no Brasil. “Velocia”, décimo
álbum de estúdio da banda mineira, chegou para reafirmar a importância do Skank
no rock nacional e acima de tudo para mostrar que eles ainda são capazes
destilar a mesma criatividade que no começo da década de 1990 os colocou no
topo das paradas de sucesso. Agora, em 2015, tranquilo e realizado com a boa
fase, o quarteto retorna das férias trazendo para Florianópolis neste domingo
pela primeira vez o show da turnê do novo álbum.
Cantando sobre
protestos e novamente sobre futebol, tema da música que popularizou ainda mais
a banda 1996, o Skank apresenta em “Velocia” seu melhor trabalho em muitos anos,
e segundo o vocalista Samuel Rosa, tudo ocorreu de maneira absolutamente
natural. “Esse disco foi mais despretensioso. Simplesmente
foi entrar no estúdio, tocar e ver o que ia saindo. O resultado do disco é o
que vivemos, é o objetivo de fazer o melhor trabalho possível. A resposta foi e
tem sido excelente. Estamos orgulhosos do que conseguimos realizar com ele”,
afirmou o cantor em entrevista por e-mail.
Já sobre o longo
tempo sem oferecer ao público um trabalho de inéditas, ele afirma ser uma
espécie de direito adquirido pelos longos anos de trajetória. “O Skank
conquistou durante a carreira a liberdade de poder ficar um tempo sem lançar
discos de inéditas. Queríamos fazer algo quando sentíssemos que fosse a hora
certa. E sentimos isso neste momento. Durante o processo de preparação do
disco, conseguimos escolher melhor aquilo que queríamos”.
Acostumados a
parcerias com artistas de renome no cenário nacional, a banda trouxe para o
disco participações inéditas e outras de longa data, com nomes como Nando Reis,
Emicida, Lucas Silveira, da banda Fresno, Lia Paris e BNegão. “Sentimos que
algumas músicas pediam participações ou queríamos trabalhar com determinado
artista. Todos agregaram para termos o melhor álbum que a gente achava”, afirma
Samuel.
Sozinhos
no cenário
Recentemente, um levantamento divulgado pela empresa
de monitoramento Crowley listou as músicas mais tocadas nas rádios brasileiras
ao longo de 2014, e o resultado histórico – e negativo para o rock nacional –
colocou o Skank como única banda do gênero. A faixa "Ela me deixou",
música de trabalho de “Velocia”, ocupa a 81ª posição do ranking, atrás dezenas
de canções sertanejas. Nos 15 anos em que o levantamento tem sido feito, essa
foi a primeira vez o rock nacional não ficou entre os 50 sons mais tocados. Em
baixa ou não, se não fosse a banda mineira, o gênero ficaria sem representação
no mainstream brasileiro.
Na volta do
merecido descanso, o Skank traz à Capital o que de melhor tem sido produzido no
cenário roqueiro nacional, em um repertório que mistura novidades e uma série
de clássicos indispensáveis. “Tocar em Florianópolis é uma boa forma de voltar de férias (risos). Estamos na turnê do ‘Velocia’
agora, então estamos focando nas novas músicas. Mas com certeza os clássicos
estarão presentes”, antecipa Samuel Rosa.
Publicado no jornal Notícias do Dia