De volta a Florianópolis e pela primeira vez na Casa de Noca,
a Orquestra Contemporânea de Olinda marca na noite de hoje o início das
comemorações de Carnaval de um dos mais expoentes espaços de música brasileira
da Capital. Formado por dez músicos que rodam juntos na estrada há sete anos, o
grupo traz ao palco da Noca um repertório que mistura seus dois primeiros
álbuns, “Orquestra Contemporânea de Olinda”, de 2008, e “Pra Ficar”, lançado em
2012.
Na segunda apresentação na Ilha, o grupo troca o espaço
amplo e ao ar livre do Green Park, onde subiu ao palco em novembro do ano
passado, por um ambiente menor e mais íntimo, o que de acordo com o guitarrista
Juliano Holanda, de forma alguma é um problema. “Quando nós começando em Olinda
tocávamos muito em lugares pequenos, lá tem muito essa cultura e nós gostamos
disso. Em lugares maiores existe uma preocupação maior com som, luz, mas em
locais pequenos o público consegue ficar mais perto, e somos movidos por essa
energia. Recentemente tocamos em um espaço em Belo Horizonte e foi ótimo”,
conta o músico.
Idealizada pelo percussionista Gilú Amaral, a Orquestra
Contemporânea de Olinda apresenta como marca duas das maiores “escolas” de
referência da música pernambucana: a percussão e os sopros. Ao quarteto de
tuba, sax, trompete e trombone, liderados pelo maestro Ivan do Espírito Santo,
unem-se o baixo, o microkorg, a guitarra, uma rabeca e um duo de vozes
masculinas, numa formação ampla e nada convencional.
Com o lançamento de seu primeiro disco homônimo, a Orquestra
conquistou indicações ao Prêmio da Música Brasileira (2009), ao Grammy latino
(2010), além de ter seu show considerado um dos melhores de 2009 pelo Jornal O
Globo e ganhar meia página do jornal The New York Times pela apresentação
realizada no Lincoln Center, em Nova York, em 2010, na primeira turnê pelos
Estados Unidos.
Nova turnê em preparação
Previsto inicialmente para ser lançado ainda no segundo
semestre de 2014, o terceiro disco da big band já passou por todas as etapas de
produção e deve ser lançado no próximo mês, com patrocínio da Petrobras. “Ele
está praticamente pronto, começamos a gravar no início do ano passado, só não
saiu ainda porque dependemos da agenda Petrobrás, mas agora já tem até data,
deve ser lançado no dia 27 de março”, adianta Juliano.
Com o lançamento previsto para daqui a pouco mais de um mês,
a Orquestra agora se despede dos mais de dois anos de estrada da turnê do álbum
“Pra Ficar” com os últimos shows, hoje em Florianópolis e na próxima
sexta-feira no festival Psicodália, em Rio Negrinho. “Por enquanto nos shows só
estamos tocando uma música do disco novo, só para dar um gostinho. Agora na
verdade é o encerramento da turnê “Pra Ficar”, mas já estamos ensaiando com as
músicas e a cenografia da nova turnê”, revela o guitarrista. “Estamos curiosos para tocar no Piscodália,
várias bandas boas tocam lá, e é uma fazenda, no meio do mato, tem tudo a ver
com o nosso som”, conclui Juliano.