quarta-feira, abril 23, 2014

Erasmo Carlos faz pré-estreia de novo álbum com show em Florianópolis


Os mais de 50 anos de carreira de Erasmo Carlos jamais permitiram que o medo do novo pusesse em risco seu posto de ídolo do rock’n’roll brasileiro para várias gerações. “Gigante Gentil”, o novo trabalho do cantor, que chega às lojas no final de abril, é mais uma prova de que é possível se reinventar e inovar mesmo já tendo outros 27 discos nas costas. No próximo dia 25, Florianópolis recebe o primeiro show com as novas músicas, um pré-lançamento já no formato oficial, que depois segue para Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
Desde 1962, quando Erasmo Carlos lançou seu primeiro disco, os intervalos entre as produções sempre foram breves e jamais ultrapassaram quatro anos. E quem ganha com tanta vontade e inspiração é o público.  “É só concretizar a sua imaginação. Eu sou muito imaginativo, tem gente que fica com medo dela, por questões morais, mas a imaginação não pode ter freios. É natural descobrir temas novos”, diz o cantor sobre o processo criativo que envolve o novo trabalho.
Após o lançamento de “Rock’n’Roll” (2009) e “Sexo” (2011), dois grandes sucessos de público e crítica, “Gigante Gentil” chega em um outro contexto, que nada tem a ver com drogas, se era o que os fãs esperavam. “Isso não faz mais parte da minha realidade, já passou. Esse negócio de ‘sexo, drogas e rock’n’roll’ era coisa dos Rolling Stones na década de 1960. Para mim esse disco seria o amor. O amor é a coisa mais importante do mundo”, rebate.
Muito das novas ideias de Erasmo traduzidas no álbum partiram de uma parceria essencial com o produtor Kassin. “Eu já acompanhava o trabalho do Kassin, o novo sempre me fascina, não quero fazer o que todos esperam que eu faça. Então chamei o Luiz Carlini, Smokey Hormel (guitarristas), e juntamos tudo para ver no que ia dar”.
E a cooperação não parou por aí: há ainda uma balada feita com Arnaldo Antunes (“Manhãs de love”), uma música escrita por Nelson Motta (“Amor na rede”) e uma parceria com Caetano Veloso (“Sentimentos complicados”). “Eu mandei um e-mail convidando o Caetano, e por incrível que pareça até então nunca havíamos feito nada juntos. Já com o Arnaldo eu repeti a parceria”.

Protegendo ele mesmo
Depois de chamar atenção com a ilustração da capa de “Sexo”, o designer Fernando Leite foi mais uma vez incumbido de dar a identidade visual à “Gigante Gentil”, seguindo a ideia do próprio Erasmo. “A capa tem a ver com a música “Gigante Gentil”, um apelido que ganhei da Lucinha Turnbull nos anos 1980. Criei um e-mail com esse apelido e quando comecei a trabalhar com internet me assustei com os comentários que as pessoas faziam de mim, sobre eu estar velho, que se eu abrisse os braços Deus me puxava, e na época fiquei indignado. Então a capa é o Erasmo protegendo o Erasmo”, explica.
Agora o cantor divide a empolgação do novo disco com a pré-produção do filme inspirado em sua autobiografia “Minha Fama de Mau”, que deve ser lançado em 2015, quando a Jovem Guarda comemora 50 anos. “O (ator) Mateus Solano está com o roteiro para me interpretar, mas ainda não deu a resposta”, diz.

Show na Ilha
É só depois de passar pelo público catarinense, na ACM (Associação Catarinense de Medicina), que o show de “Gigante Gentil” ganhará os palcos de outras cidades brasileiras, inclusive o Rio de Janeiro, terra de Erasmo. E segundo ele, o formato oficial já será apresentado por aqui. “O show em Florianópolis já vai ser com tudo pronto. Serão cinco músicas novas, troquei algumas do show antigo e agora vou cantar também ‘A Carta’”, adianta.

Publicado no jornal Notícias do Dia