quarta-feira, janeiro 08, 2014

Banda argentina Cool Confusion passa mais uma temporada tocando pelas ruas de Florianópolis


É impossível circular pelos arredores do Mercado Público da Capital sem dar uma esticada no pescoço para ver de onde sai o som animado que tem invadido o centro histórico desde o fim de dezembro com uma mistura de guitarras, baixo, vocal, percussão e metais. É o segundo ano consecutivo que os argentinos do Cool Confusion vêm a Florianópolis mostrar sua música em casas de shows e principalmente na rua, de onde tiram sua maior receita.
O grupo é formado por dez músicos (Agostina, Melina, Esteban, Alexis, Fabrício, Nicola, Tomás, Matias, Julián e Rodrigo) e vem acompanhado ainda de um pequeno staff: o fotógrafo Leo, o técnico de som Marcos e o “manager” Gabriel. Todos eles estão hospedados em uma casa no Sul da Ilha, alugada pelo amigo Guido por um precinho mais em conta.
A primeira vez que o Cool Confusion apareceu na Ilha foi no final de 2012, após um contato com o bar Casa de Noca, na Lagoa da Conceição, que resultou no primeiro show por aqui. Para ajudar a custear a viagem e a estadia, arriscaram apresentações ao ar livre no Centro da cidade e durante boa parte do verão já eram diariamente aguardados por quem perambulava próximo ao largo da Catedral por volta do meio-dia. O sucesso e a aceitação foram tamanhas que no último dia 23 o supergrupo desembarcou mais uma vez na Ilha, onde passou o Natal e a virada de ano.
Com suas próprias composições, lançadas em três discos e um DVD, além de alguns covers, a banda consegue atrair para perto todo o tipo de gente: pais de família segurando bebês, senhores de 70 anos, roqueiros de coturno e camiseta do Queen, garotas alternativas de vestido e franjinha e mulheres com sacolas de compras. Todos eles formam uma grande meia lua ao redor dos músicos para matar a curiosidade daquele som que não é muito comum por aqui. E nem os próprios conseguem estabelecer um estilo em poucas palavras. “Nossa música é uma confusão legal”, brinca o vocalista Rodrigo Cruzado. “É uma mistura de ritmos que passam pelo ska, funk e música latina”, tenta definir.

Amor de verão
Florianópolis, onde ficam até dia 18 deste mês, foi a primeira cidade brasileira a receber o Cool Confusion, mas depois de cair no gosto tupiniquim a banda já conseguiu contrato para dois shows no Estado de São Paulo, em São José dos Campos e Campinas, onde pretendem também tomar conta das ruas.
Diferente do que acontece aqui, em Rosário, cidade onde moram a 300 quilômetros de Buenos Aires, costumam fazer poucos shows para não cansar o público local. De acordo com Rodrigo, mesmo com o sucesso já internacional e os ganhos da viagem, nenhum deles vive só da banda. “Alguns dão aulas de música e tocam em outras bandas, mas a maioria tem outras profissões, eu sou pintor e tem até um psicólogo no grupo”, conta. Ele diz que o importante é ninguém ter um trabalho que possa comprometer as atividades, principalmente as aventuras de verão nessa Ilha que já conquistou a todos por suas belezas naturais, pelas nativas do local, a cultura e o espírito “caliente”.  “As pessoas aqui são muito curiosas pelo nosso som, principalmente pelos sopros. Elas são muito predispostas e entendem o que fazemos”, conclui o vocalista.
O amor de verão entre o Cool Confusion e Florianópolis ainda dura mais alguns dias antes de um longo inverno separados, mas para a próxima temporada os dois esperam estar juntos mais uma vez.

Publicada no jornal Notícias do Dia.